Terapia por ondas de choque é opção menos invasiva no tratamento de lesão

por / terça-feira, 07 janeiro 2020 / Publicado emJoelho, Matérias, Medicina Esportiva, Ondas de Choque, Ortopedia

A utilização desta alternativa na medicina esportiva se popularizou por beneficiar os atletas que não melhoraram com reabilitação tradicional.

 Grande parte das lesões ocasionadas nos esportes são geradas por microtraumas de repetição e enquadram-se na categoria denominada “lesões por overuse”. Quando o indivíduo treina, existe sempre certo grau de destruição tecidual que, logo em seguida, durante o período regenerativo, é compensado por produção de matriz extracelular. Em outras palavras, durante o repouso, o organismo refaz os tecidos de maneira que se tornem mais fortes, preparando o corpo para o esporte que o atleta pratica.

O método deverá ser prescrito somente por um médico habilitado, que fará uma avaliação clínica de cada caso.

A técnica é realizada por médicos habilitados em um curso ministrado oficialmente pela Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque (SMBTOC) através de equipamentos importados. As principais indicações abrangem patologias de caráter crônico como esporão de calcâneo, tendinites como as de ombro, cotovelo, punho, quadril, joelho, pés e tornozelos; mas também em outras lesões que não foram solucionadas pelos tratamentos habituais.

 

Terapia por Ondas de Choque

Dor – Lesão – Terapia por Ondas de Choque

Para que este ciclo de destruição/reconstrução seja convertido em ganho de performance, deve haver um equilíbrio, o chamado em medicina esportiva de supercompensação. Porém, quando existe desequilíbrio, a destruição é maior e aumenta o risco de lesões. Sabe-se alguns tecidos do aparelho locomotor apresentam certa dificuldade de cicatrização, gerando lesões muitas vezes avasculares (com pouca circulação) e, portanto, com pouca resposta ao uso de anti-inflamatórios e recursos da fisioterapia.

Historicamente, existiu sempre um esforço muito grande da ciência em cicatrizar estas lesões para acelerar o retorno do indivíduo ao esporte. Podem ser usados procedimentos invasivos, como a tradicional infiltração com corticoides, e procedimentos cirúrgicos, alguns com excelentes resultados, outros discutidos pela literatura.

A partir da década de 90, o avanço tecnológico representado pelo tratamento por ondas de choque chegou à ortopedia. A idéia é estimular o processo de cura biológica em tendões, tecidos circunvizinhos e ossos.

Há duas teorias básicas que explicam seu efeito benéfico no sistema musculoesquelético. Uma baseia-se em microlesões que as ondas provocam no tecido-alvo sem danificar os tecidos adjacentes. Estas microlesões seriam o estímulo inicial para o processo de reparação. A segunda teoria baseia-se na produção de óxido nítrico na área atingida pelas ondas de choque. Este óxido nítrico desencadeia uma reação enzimática que estimula o crescimento vascular na área atingida.

Na última década, sua utilização na medicina esportiva se popularizou por beneficiar os atletas que não melhoraram pela reabilitação tradicional, mas não querem se submeter a procedimentos invasivos ou possuem contra- indicação.

No Brasil, procedimento possui registro na ANVISA e tem indicação para fasceíte plantar com ou sem esporão, pseudoartrose (fraturas não consolidadas) ou retardo da consolidação, calcificações periarticulares dos ombros (tendinite calcária e epicondilite lateral e epicondilite medial umeral (cotovelo de tenista e golfista).

 As contraindicações incluem anormalidades na coagulação sanguínea (coagulopatias), gravidez, infecção aguda de tecido mole ou osso, arritmias cardíacas ou uso de marca-passo e epilepsia.

Os estudos publicados na última década apontam um índice de eficácia de 85% dos casos, incluindo alguns atletas que tiveram indicação prévia de tratamento cirúrgico. A terapia de ondas de choque, além de auxiliar na cura destas lesões crônicas por overuse, trouxe à comunidade cientifica mais conhecimento dos mecanismos biológicos de reparo tecidual e, sem dúvida, será sempre alvo de pesquisas.

 Indicações para tratamento por ondas de choque

O tratamento por ondas de choque é indicado para a recuperação de doenças que causam dor aguda, tais como:

Dores na coluna (ex: lombalgia);

A lombalgia é a típica dor na região lombar que causa quadros crônicos, ou agudos. Os fatores que desencadeiam este tipo de dor na coluna vão desde sobrecarga carregada pelo paciente, até má postura.

Dores no quadril (ex: bursite);

A bursite é a inflamação da bursa (também conhecida como bolsa sinovial), que fica entre o músculo e o tendão. A função da bursa é evitar um grande impacto entre tendões e ossos. Quando há um quadro de bursite, o paciente sente dor nas articulações e dificuldades para movimentar o local inflamado.

Dores no joelho (ex: artrose);

A artrose no joelho é um desgaste das cartilagens que protegem as extremidades dos ossos, sendo que o joelho é uma das áreas mais afetadas por um processo de artrose, devido ao seu papel de sustentar o peso do corpo. A artrose no joelho gera dor e pode até causar deformidades caso não seja tratado corretamente.

Dores no pé (ex: fascite plantar);

A fascite plantar é uma inflamação de um tecido presente no pé, chamado de ‘fáscia plantar’. O processo inflamatório ocorre na faixa que liga o osso do calcanhar aos dedos, causando forte dor na área próxima ao calcanhar. O paciente também pode sentir sensibilidade ao toque ou rigidez no local.

Dores no ombro (ex: tendinite);

A tendinite no ombro é uma inflamação nos tendões que também tem como sintoma dor intensa. Os casos de tendinite no ombro costumam surgir após excesso de força, seja em situações que envolvam atividades físicas, ou excesso de peso para a região.

Dores no cotovelo (ex: epicondilite lateral, conhecida como cotovelo do tenista);

A epicondilite lateral, popularmente conhecida como cotovelo de tenista ocorre quando o osso proeminente localizado próximo ao úmero se torna dolorido e sensível. A dor é justamente chamada de ‘cotovelo de tenista’ por conta do excesso do uso dos músculos e tendões locais, como um tenista usa, já que movimenta o braço excessivamente no esporte que pratica.

Dor Miofascial;

A dor miofascial é muscular e percebida quando a área afetada, que possui nódulo, é pressionada. Chamados de ‘pontos de gatilho’, esses nódulos são formados por movimentos e posturas incorretas do corpo.

 

DrRenatoJoaoReisortopedista

Dr. Renato João Reis

Médico Ortopedista – Traumatologista com formação e especialização em ortopedia e traumatologia nos Hospitais Dr. Mario Gatti e Hosp. Vera Cruz, durante sua formação e especialização fez também estágio no Hospital da AACD (Associção de Assistência a Criança Deficiente) na cidade de São Paulo.

-Membro da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) -Membro da SBRATE (Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte) -Membro do Grupo de Estudo do Joelho de Campinas -Membro da SMBTOC (Sociedade Brasileira de Terapia por Ondas de Choque – Clinica da Dor) -Sempre buscando atualizações em congressos nacionais e internacionais como ISAKOS (International Society Of Arthroscopy Knee Surgery & Orthopaedic Sports Medicine),  Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e do Esporte, Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e Esporte e Congreso Sudamericano de Medicina Del Deporte, Congresso Brasileiro de Cirurgia, entre outros.

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