Tratamento com ondas de choque de alta energia evita cirurgia em vítimas de tendinites

por / sexta-feira, 07 novembro 2014 / Publicado emMatérias, Ondas de Choque, Ortopedia
tratamento por ondas de choque

Durante um ano, o advogado Volmar de Paula Freitas, 75 anos, sofreu com um esporão no calcanhar, que o impedia de caminhar, dançar e, no fim, até de se levantar da cama e apoiar o pé no chão. Em razão do problema, ele consultou vários médicos, tomou incontáveis anti-inflamatórios e a dor não terminava. Em setembro deste ano, Volmar foi submetido a um tratamento com ondas de choque que durou cinco minutos, tempo necessário para sair andando sem dor do consultório médico.

“Era uma dor insuportável, eu não conseguia pisar até encontrar o TOC, que apenas em uma sessão conseguiu amenizar a dor a ponto de me fazer colocar o calcanhar no chão. Com três sessões me recuperei completamente”, disse o advogado, afirmando que a aplicação das ondas de choque até causam um certo desconforto na hora, mas que “são alguns minutos de desconforto para um conforto permanente depois”, o que é explicado pelo ortopedista José Noberto Giordano, introdutor do tratamento no Rio de Janeiro: “O desconforto aparece quando fazemos a terapia nas áreas muito inflamadas, o que é normal”.

O tratamento é a nova arma que ortopedistas e fisiatras estão usando para tratar pacientes vítimas de tendinites, calcificações no ombro e dores crônicas no calcanhar e no joelho, entre outras lesões ortopédicas, sem a necessidade de cirurgia. Estima-se que 70% dos pacientes que recorrem a consultórios de ortopedia se queixam de problemas desse tipo.

tratamento por ondas de choque

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Chamado de ortotripsia, ou popularmente conhecido como TOC, o tratamento consiste na emissão de ondas de alta energia no local lesionado. É muito semelhante à técnica utilizada pelos urologistas para dissolver pedras nos rins. “As ondas de energia passam através dos tecidos moles e, no local inflamado, dissipam-se e estimulam o tecido a liberar substâncias anti-inflamatórias, regenerando-o e ativando os mecanismos de defesa do corpo”, diz José Noberto Giodano, que utiliza a terapia por Ondas de Choque há dez anos no Rio de Janeiro em sua clínica na Barra da Tijuca e acaba de trazer para o COL- Centro Ortopédico do Leblon, uma nova máquina muito mais potente e com nova tecnologia.

Segundo Giordano, que no decorrer dos anos já atendeu mais de 3 mil pacientes, de cada dez casos crônicos, que, teoricamente, só teriam chances de cura por meio de uma cirurgia, oito conseguem resolver o problema com a terapia. “São necessárias de uma a cinco sessões, com duração de cinco a 15 minutos. A irradiação funciona como estímulo para que o organismo da pessoa reaja e vascularize o local lesionado”, afirma o ortopedista que também é fisiatra e atendeu no Centro Ortopédico do Leblon nos últimos três meses 15 pacientes com fascite plantar, uma inflamação na faixa que reveste o músculo da sola do pé, conhecida também por esporão calcâneo,quatro casos de sinovite do punho, além de diversos tipos de tendinites e bursites.

Uma estiloidite ulnar, mais conhecida como inflamação nos punhos, fez a dona de casa Marilena Cardoso Oliveira, 52, ficar semanas sem conseguir mover as mãos. Quatro sessões no punho esquerdo e três no direito devolveram sua mobilidade. “Estou 80% melhor. Hoje no pilates consegui fazer os exercícios colocando o peso de meu corpo nos pulsos e mãos. Para quem não suportava o peso de uma panela é um alívio sem igual”, diz.

Atualmente só utilizada em casos crônicos, a terapia tende a ser usada como a primeira opção na maioria dos problemas ortopédicos. “A fisioterapia em certos casos crônicos é muito demorada. Leva de três a seis meses e nem sempre traz bons resultados. Para pessoas que têm pressa em resolver o problema, como os esportistas e outros profissionais, a recuperação rápida é fundamental” esclarece o médico, lembrando que o TOC não exige internação e não há relatos de efeitos colaterais.

Saiba mais: ondas de choque

Fonte: Jornal do Brasil

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