A ortopedia como escolha de vida para abrandar a dor e devolver o bem-estar aos pacientes

 DrRenatoJoaoReisortopedistaMembro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT), Membro da Sociedade Médica por Ondas de choque (SBTOC), com ampla experiência e domínio na área da ortopedia e trauma ortopédico, Dr. Renato João Reis é movido pelo sonho de aliviar o sofrimento, a dor e devolver o bem-estar aos pacientes. O ortopedista recebeu a equipe da Revista Singular em seu consultório para uma entrevista, na qual relata os desafios e avanços da ortopedia, descreve a experiência acumulada na vivência da dinâmica do trauma ortopédico.

Revista Singular: O que significa ser ortopedista?

RJR: Significa aliviar a dor e o sofrimento das pessoas, melhorando a qualidade de vida delas.

 

Revista Singular: Quais os principais desafios enfrentados na ortopedia?

RJR: Hoje, o grande desafio é diminuir a agressividade e a morbidade nas cirurgias ortopédicas, uma vez que são, em grande parte, procedimentos mais agressivos que em outras áreas. A tendência natural da evolução de técnicas cada vez menos invasivas, como TERAPIA POR ONDAS DE CHOQUE, VISCOSSUPLEMENTAÇÃO, INFILTRAÇÕES, BLOQUEIOS GUIADOS POR ULTRASSONOGRAFIA, ARTROSCOPIA; sendo essas cada vez mais difundidas; atualmente e, em breve, a porcentagem de cirurgias abertas deve reduzir.

Revista Singular: No atendimento eletivo, quais são os principais desafios?

RJR: Doravante, o grande foco na ortopedia eletiva são as doenças degenerativas, como a artrose (osteoartrose) que terão um aumento gradativo devido ao aumento da expectativa de vida, da melhora do acesso ao atendimento e do maior conhecimento dos próprios pacientes. A população está envelhecendo, mas não quer abrir mão das atividades diárias. A meta é a melhora da qualidade de vida e a manutenção das atividades físicas na terceira idade; como o PILATES clinico, por exemplo.

Revista Singular: Nota-se um aumento da incidência de doenças degenerativas em pacientes jovens. Por que isso vem ocorrendo?

RJR: Deve-se, em parte, ao aumento de diagnósticos de última geração por ortopedistas. Também vemos situações em que pacientes que tiveram traumas quando jovens e passaram por cirurgias prévias, com envelhecimento precoce da articulação podem desenvolver artrose precoce. Há também os pacientes que nascem com má-formação de ossos e articulações, que igualmente têm maior probabilidade de desenvolver artrose precoce, assim como os portadores de doenças reumáticas e autoimunes. Infelizmente, ainda temos muita automedicação, com uso crônico e desenfreado de anti-inflamatórios, que se o paciente buscasse atendimento correto, resultaria em um tratamento com medicações direcionadas.

Revista Singular: Como prevenir?

RJR: Evitar extremos físicos e manter hábitos saudáveis, como alimentação adequada e atividades físicas regulares, que visam à manutenção de amplitude de movimento das articulações, alongamento da musculatura e fortalecimento da mesma, sempre respeitando os limites individuais. Devemos ver que o corpo humano tem um componente tecidual (onde agem as medicações) e um componente biomecânico (onde necessita de reabilitação). O que se busca é o equilíbrio entre os dois. Uma pessoa que tem uma boa musculatura, alongamentos em dia e uma boa amplitude articular, sempre terá uma maior capacidade física e menos dor, ou uma evolução mais lenta dos processos degenerativos ligados ao envelhecimento.

 

Revista Singular: É importante incluir o ortopedista nos check-ups?

RJR: O sistema musculoesquelético ou locomotor, além de nos manter em pé e proteger órgãos vitais como cérebro, medula, pulmão e coração, também merece atenção. Pessoas com sintomas dolorosos, alterações de sensibilidade, fraqueza ou instabilidades devem sempre realizar uma avaliação ortopédica. Pacientes assintomáticos – mulheres a partir dos 40 anos e homens a partir dos 65 – devem realizar avaliação anual para investigação de osteoporose e artrose.

Revista Singular: A revolução tecnológica no diagnóstico por imagem modificou o trabalho do ortopedista?

RJR: Facilitou muito. Há disponibilidade, hoje, na Clínica RJR Ortopedia Raio X Digital, Ultrassonografia Músculo Esquelético – Imagens auxiliam na definição mais precisa do local onde ocorrerá a intervenção em procedimentos minimamente invasivos. Uma vantagem do uso do Ultrassom é a sua capacidade de proporcionar um diagnóstico mais preciso e rápido.

Revista Singular: Na ortopedia, como estão as pesquisas para o tratamento da dor?

 RJR:A dor crônica passa a ser alvo de novas abordagens terapêuticas que fogem dos tratamentos convencionais feitos com medicamentos e reabilitação. Para o grupo de pacientes que não melhoram com as terapias padrão, médicos e cientistas têm oferecido e estudado técnicas que incluem desde bloqueios anestésicos e infiltrações auxiliam a reduzir gradativamente a até a aplicação de células-tronco do próprio paciente na região lesionada em busca de regeneração (fase experimental). A própria Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT), como visto nos últimos congressos, já incluiu nesses eventos cursos e palestras sobre dor, com abordagem de diferentes especialidades médicas, com grande participação dos ortopedistas que reflete o interesse comum em dar o melhor tratamento possível.

 

Revista Singular: E quando o paciente não melhora apenas com medicação, já se indica cirurgia?

RJR: O ideal, salvo situações de dano tecidual progressivo ou perda de função, é que primeiro se controle a dor antes de se indicar o tratamento cirúrgico. As opções de analgesia endovenosa,tratamento por ondas de choque, infiltrações e bloqueios também auxiliam. A cirurgia age em um segmento localizado, a medicação agirá em todo organismo do paciente. Ao médico cabe indicar o tratamento que considera o mais adequado, esclarecendo riscos e benefícios ao paciente para que o mesmo possa tomar a decisão mais adequada. A decisão final, é do paciente. Basta ter respeito mútuo.

Revista Singular: Quais as condições clínicas onde o Tratamento por Ondas de Choque é indicado ?

A Terapia de Ondas de Choque é um método de tratamento não invasivo, que utiliza ondas mecânicas de alta pressão, para o tratamento de diversas condições musculoesqueléticas, sendo bastante utilizado na medicina esportiva e ortopedia. Seus principais benefícios são o rápido alívio da dor e restauração da mobilidade.

Além disso, não é necessário o uso de anestésicos, fazendo com que seja uma terapia ideal para acelerar a recuperação e a cura de diversas patologias que causam dor aguda ou crônica.

As principais indicações são : Fascite plantar com ou sem Esporão do calcâneo, Tendinopatia do Aquiles, Bursite trocantérica (Tendinite glútea, Epicondilite Lateral e Medial (cotovelo), Tendinite calcária do ombro, Pseudo artroses (Retardo de consolidação de fraturas).

“Tenha uma alimentação saudável, pratique exercícios físicos e viva perto de quem você ama. Plante coisas boas na vida, que a vida te dará coisas boas de volta e trate os outros como você gostaria de ser tratado.”

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